Qual a melhor alimentação para o Inverno?
Por: Sara Calisto
Falar sobre alimentação é sempre um desafio e normalmente é um dos pontos que mais preocupa os donos em consulta:
Mas afinal o que devo dar ao meu cão? Devo ir alterando a ração? Ele está sempre a pedir mais comida, será que tem fome? No inverno ele faz menos exercicio, devo ajustar a alimentação?
Estas e muitas outras perguntas atormentam os donos que veem na alimentação um dos maiores desafios na educação dos cães.
Para saber o que fazer é essencial entender que as necessidades alimentares do cão se alteram de acordo as diferentes etapas de crescimento do animal:
Alimentação do cachorro
O leite materno é o primeiro alimento do cachorro e naturalmente, contém todos os nutrientes que eles precisam e é neste que vão buscar a maioria das suas defesas quando muito pequenos, sendo que, o devem numa primeira fase fazer em exclusivo.
O desmame, inicia-se por volta das 6 a 8 semanas, no entanto, a maioria começa a mostrar interesse por outros alimentos entre as 3 e as 4 semanas, altura em que o alimento oferecido deve ser adequado respeitando a sua anatomia e necessidade.
Os cachorros são muito sensíveis a nível digestivo, podendo adquirir infeções bacterianas, virais e parasitarias pelo seu sistema imunitário estar pouco desenvolvido, necessitando de uma dieta rica em proteínas altamente digestíveis, probióticos, omegas e antioxidantes, assim como, outros componentes como o cálcio e o fósforo.
Alimentação do adulto
Por volta de um ano, o cão entra num período de “manutenção” no que toca à alimentação, o que quer dizer que os seus requisitos nutricionais manter-se-ão estáveis, partindo do pressuposto que é saudável e que não pratica exercício intenso.
Considera-se dieta equilibrada, aquela que mantém boas condições de saúde como qualidade do pêlo, fezes saudáveis e boa condição corporal.
O controlo do peso é essencial para sabermos se a dieta é adequada ao nosso animal de estimação e o índice de condição corporal avalia a gordura corporal, utilizando uma escala de 9 pontos, assim como, no ser humano, a prática de exercício moderado é essencial para todos os animais, ajudando-os a manter-se em forma e saudáveis, pois quanto mais exercício e intensa for a atividade física dos nossos animais, maiores são as suas necessidades energéticas.
ALIMENTAÇÃO DOS ANIMAIS SENIORES
Nos animais geriátricos há uma necessidade em melhorar a qualidade de vida, prevenir algumas doenças e/ou ajudar no tratamento de patologias, pois nestes animais há requisitos energéticos menores, por isso, devemos ajustar a alimentação do nosso sénior, não devendo comer a mesma quantidade de alimento que comia em jovem. Alguns, podem precisar de adequar também a consistência da alimentação ou a frequência de ingestão e é essencial que haja uma preocupação no aumento da palatibilidade do alimento, dimuição da textura e adequação do tamanho.
No caso dos seniores, os antioxidantes, os ácidos gordos e ómegas, assim como, as vitaminas do complexo B e os aminoácidos são importantes na dieta. Os pré-bióticos, proteínas e hidratos devem ser facilmente digeríveis para combater alterações gastrointestinais, por fim para proteger a função renal é importante adequar o teor de fosforo e omega 3 para melhorar a função renal.
Apesar destas serem as alterações mais significativas, é essencial percebermos que a manutenção do peso não se baseia apenas no tipo/quantidade de alimentação, mas também na quantidade/intensidade do exercício físico, por este motivo, é necessário adequar ao estilo de vida do nosso animal.
ALIMENTAÇÃO DOS ANIMAIS SENIORES
Nesta altura do ano, inverno, os cães tendem a ter menos atividade física, uma vez que, os passeios são atraiçoados pela chuva e frio que se fazem sentir, havendo então uma diminuição normalmente na qualidade e tempo do passeio. Também as corridas, idas à praia e brincadeiras ao ar livre são normalmente menos recorrentes, sendo que, nesta altura é importante ter a certeza que não está a dar uma quantidade calórica acima do necessário, não se esqueça que animais obesos são animais com menor esperança de vida e com maior predisposição a problemas de saúde.
Também pela diminuição do sistema imunitário, é normal que o seu veterinário, nesta altura aconselhe algum tipo de suplementação vitamínica e também condroprotectores, pois é com o frio que normalmente os cães com problemas osteoarticulares estão mais sujeitos a recaídas.
