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Suporte básico de vida nos animais


Por: Sara Calisto

Quantas vezes já ouviram histórias de pessoas que só se salvaram por haver alguém perto que sabia suporte básico de vida?

Na verdade, os casos são muitos, mas mesmo assim ainda há muito para aprender e evoluir, pois a verdade é que se toda a gente tivesse alguma noção do que fazer em caso de paragem cardio respiratória (ausência de batimentos cardíacos e respiratórios), algumas mortes poderiam ser evitadas.

Também no caso dos nossos patudos, este pode e deve ser feito, podendo salvar o nosso animal.

O objetivo do Suporte Básico de Vida consiste em restaurar as funções vitais do indivíduo (funções cérebro-cárdio-pulmonares (CCP)). Se o indivíduo permanecer em plena função após 24h da reanimação, então fizemos um bom trabalho.

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Ao contrário do que se verifica em Medicina Humana na qual a taxa de sucesso ronda os 20%, em Medicina Veterinária esta é inferior a 6%, taxa que se deve às variações anatómicas dos nossos pacientes, tornando difícil haver um procedimento padrão. Também o desconhecimento, a falta de equipamento e o difícil acesso à vítima, que no caso de um animal, necessita que o seu dono identifique que algo não está bem e que o traga ao veterinário, torna o tempo até socorro na maioria das vezes muito longo.

Normalmente, as ocorrências dividem-se em:

  • Emergência: onde são necessárias medidas imediatas, uma vez que a vida pode depender delas.
  • Urgência: situação de menor gravidade, mas que necessita de atendimento breve para não haja complicações mais sérias.

Para ajudar, deixo um conjunto de dicas de como proceder caso seja necessário prestar primeiros socorros ao seu melhor amigo.

 

O kit de primeiros socorros


Deve estar sempre à mão e é composto, essencialmente, pelos utensílios básicos aconselhados para prestar quaisquer cuidados de emergência, com alguns extras importantes:

  • Compressas, para limpar e proteger feridas;
  • Ligaduras, para talas ou para improvisar um açaime;
  • Adesivos;
  • Tesoura;
  • Soro fisiológico, para limpar ferimentos e queimaduras;
  • Luvas descartáveis;
  • Seringa para irrigar ferimentos com soro fisiológico e aspirar secreções;
  • Termómetro, para avaliar a temperatura retal;
  • Pinça, para remover corpos estranhos;
  • Açaime, para evitar mordidas.
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COMO PROCEDER NAS OCORRÊNCIAS MAIS FREQUENTES


  • LACERAÇÕES: Quando há um corte, deve-se limpar a ferida com soro fisiológico, controlar a hemorragia e colocar um penso.
  • QUEIMADURAS: As queimaduras podem ser causadas por agentes térmicos, químicos ou elétricos ou pelo sol.
    • Em caso de queimadura, deve-se utilizar um colar isabelino. Arrefecer a zona afetada com água fria/soro fisiológico assim que possível, por alguns minutos. Proteger a área queimada com toalhas húmidas até ser avaliado pelo médico veterinário.
  • LESÕES OCULARES: As lesões oculares podem resultar de arranhões, mordidas ou corpos estranhos. O mais importante é manter o globo ocular húmido, com soro fisiológico e procurar ajuda veterinária urgente.
  • CONVULSÕES: As convulsões podem ter diversas causas. Durante a convulsão deve afastar o cão de objetos para que não se magoe. Não se deve conter o animal, nem colocar as mãos na sua boca pelo risco de uma mordedura. Após convulsão o animal deve ser mantido num ambiente fresco e calmo com poucos estímulos visuais e sonoros até obter assistência médica.


   

  • INTOXICAÇÕES: A intoxicação resulta da ingestão, inalação, absorção, injeção ou aplicação de uma substância que provoque danos estruturais ou perturbações funcionais do organismo. O tóxico pode ser uma planta, um alimento, um medicamento ou produtos químicos domésticos.
    • Sinais: vómito, diarreia, respiração acelerada, hemorragias ou até convulsões.
    • É essencial entrar de imediato em contacto com o médico veterinário e caso saiba comunicar qual o toxico em causa para que o possa aconselhar do que fazer em seguida.
  • ASFIXIA: A asfixia traduz-se numa dificuldade respiratória que leva à falta de oxigénio no organismo. A causa mais comum é a obstrução por corpos estranhos (como uma bola, brinquedos, etc.), no entanto podem haver outras causas como inalação de fumo ou monóxido de carbono ou acidentes com a coleira/trela, reações alérgicas exuberantes e dificuldade respiratória.
    • Sinais: Esforço respiratório, pescoço esticado, mucosas cianosadas, salivação, entre outros.
    • Depois de identificada a causa da asfixia deve agir-se o mais rapidamente possível, de forma a desobstruir as vias aéreas. No caso de visualização do corpo estranho este deverá ser removido. Deve sempre procurar o seu veterinário assistente.
  • FRATURAS: Deve ser consultado por um médico veterinário o mais depressa possível. Pode apresentar dor aguda, inchaço, claudicação, dificuldade em apoiar o membro, e limitação de movimento.
    • No caso de fraturas expostas, deve-se cobrir a ferida com uma compressa ou pano limpo e aplicar um penso que a proteja e imobilize.
    • No caso de fratura deve mobilizar ao máximo a zona com auxílio de uma tábua ou estrutura rígida e transportar o animal com cuidado.
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SUPORTE BÁSICO DE VIDA


Se detetar que a situação é grave e o animal está em paragem cárdio-respiratória, caso não consiga fazer compressões e ventilações, deve optar por realizar apenas a primeira.

Devendo fazer 30 compressões torácicas e 2 insuflações nas vias aéreas, repetir este procedimento. Fazer ciclos de 2 minutos, ao fim dos quais se deve sempre avaliar o animal.

COMO POSICIONAR O ANIMAL?

Colocar o animal em decubito lateral, exceto braquicefalos nas quais as compressões devem ser realizadas em decubito dorsal, no caso dos gatos ou animais pequenos (<10kg) as compressões devem ser feitas apenas com uma mão abaixo do esterno.

QUANDO DEVEMOS PARAR?

Esta é sempre uma decisão difícil, principalmente quando se trata de um animal que conhecemos.

O Suporte Básico de Vida deve ser realizado até haver resposta do animal, sendo que ao fim de 7/8 minutos sem reação já deverá haver lesões cerebrais que podem ser irreversíveis.

Os primeiros socorros não substituem os cuidados médicos veterinários, mas podem salvar a vida do seu melhor amigo até que seja possível a assistência por parte de um Médico Veterinário.
      

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