Socializar com eles
Por: Joana Rita Sousa
A minha experiência como voluntária num albergue com cerca de 90 cães ensinou-me muito sobre a melhor maneira para iniciar uma relação com estes animais.
Confesso que eu era uma daquelas pessoas que vivia na ilusão de que todos os cães adoravam festas, abraços e dar beijinhos aos humanos.
Felizmente, esse meu estado de ilusão deu lugar a uma grande dose de realidade.
Algumas regras para iniciar a socialização
Aprendi muito a ver os programas do Cesar Millan, ainda que saiba que não se trata de um treinador consensual. Num albergue encontramos cães com vidas muito diferentes, com energias muito distintas. Por isso mesmo, temos de pensar que há uma única forma de nos relacionarmos com todos os cães. Pelo contrário: cada um deles tem uma determinada energia e nós temos que saber lidar com isso.
Cesar Millan tem um artigo muito interessante sobre a socialização e a forma de conquistar a confiança do cão. Permitam-me um resumo do mesmo.
- Uma postura calma: os cães sentem quando estamos mais excitados ou mais tensos. Também são especialistas em detectar quando temos medo deles. Por isso, o ideal é respirar fundo e manter a calma, sem alaridos nem histerismos.
- Respeitar o espaço do cão, sem que estejamos a invadi-lo. Numa fase em que estamos a conquistar a confiança, não queremos que o animal se sinta ameaçado. Nada como manter alguma distância, evitar o contacto directo através do olhar.
- Descer ao nível do cão: a aproximação não deve ser feita de cima para baixo; isto é, devemos aproximar-nos do cão, com a atitude de quem se baixa, ficando de cócoras, de joelho no chão, junto dele. Podemos aproximar a nossa mão, sempre de punho fechado.
- A curiosidade e a aproximação: se o cão cheirar a nossa mão e mostrar curiosidade, podemos dizer que estamos no caminho certo. Podemos fazer uma festa, evitando movimentos bruscos na cabeça, por exemplo. Se o cão responder com uma lambidela, óptimo. Se isso não acontecer, não devemos forçar.
- Por último, o passeio, que é a minha parte preferida. Trata-se de um momento em que aprendemos muito sobre o cão que temos connosco. Podemos precisar de muitos passeios até que o cão se sinta confortável connosco e até que se consiga estabelecer regras e limites.
Cada cão precisa do seu tempo para se habituar a nós e a confiar. O truque passa por não ter pressa e aproveitar cada momento para criar um elo entre nós e o amigo canino.
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