Como ler o rótulo de uma garrafa de vinho
Por: Jorge Rosa Santos
Um rótulo é uma espécie de cartão de visita do vinho que se cruza connosco. Rotula-se um vinho como quem se veste para um jantar de amigos: com cuidado, despretensão e genuinidade. Para além desta função estética que nos põe em relação com o vinho mesmo antes de o provarmos, o rótulo também se veste de informações úteis que nos podem dar algumas pistas sobre aquilo que estamos a consumir, e assim ter uma experiência mais rica e informada.
Principais componentes do Rótulo
A primeira informação que se recolhe é quase inevitavelmente o nome do vinho. Tal como o rótulo, o nome faz também parte da identidade do vinho, e daquilo que o produtor sonhou para ele. De seguida aconselha-se a procurar saber qual a região onde as uvas foram colhidas e o vinho produzido.
A região de produção pode dar-nos pistas sobre o tipo de denominação: se são vinhos produzidos em zonas DOC (Denominação de Origem Controlada), se são vinhos regionais, se são espumantes ou generosos.
Outro dado importante é o ano de colheita. Aquilo que parece apenas um pormenor pode fazer um mundo de diferença. Cada ano teve as suas características climatéricas, que mais tarde se revelam nos vinhos, o que faz com que dois vinhos feitos no mesmo sítio pelo mesmo produtor, mas em anos diferentes, possam ter resultados fascinantemente diferentes.
Principais componentes do Rótulo
Outra informação importante que geralmente encontramos num rótulo é as castas de uvas usadas para fazer o vinho. Aqui também podemos ter algumas luzes, embora não haja propriamente regras muito estanques, sobre a proveniência das uvas.
Há castas predominantes em certas zonas (por exemplo, o Arinto da zona de Bucelas, ou o Encruzado da zona do Dão). As uvas não são todas iguais, e cada casta tem as suas características, o que depois acaba por se refletir na personalidade do vinho. Por fim, e para não sermos apanhados desprevenidos no fim de um jantar animado, convém verificar o teor alcoólico, que no vinho pode variar entre mais ou menos os 12 e os 15%, tendo os vinhos brancos e rosés tendencialmente valores menos elevados.
Na hora de escolher um vinho é importante não atentar apenas no preço (apesar de este ser sempre um fator relevante), mas também nestas informações mencionadas, de forma a retirarmos do ato de beber vinho o maior prazer possível. Não é preciso ter um curso técnico nem conhecimentos avançados para se conseguir descrever aquilo que se está a provar, e gostar de vinho está ao alcance de todos. Ficam aqui estas dicas para que curiosos e apreciadores possam perceber melhor aquilo que estão a comprar.
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