Vinho Tinto
Por: Jorge Rosa Santos
Nos últimos 5 anos, houve uma enorme evolução qualitativa dos rosés portugueses. Mais produtores e diferentes regiões se interessaram pela sua produção, novos vinhos e marcas foram surgindo ano após ano. O mesmo aconteceu com o vinho branco no início da década de 90, em parte pela aposta na modernização das adegas e em castas de maior potencial.
Quanto aos vinhos tintos, temos de puxar a fita do tempo até meados do seculo XX. Por altura das décadas de 50, 60 e 70 há já registos de algumas marcas comerciais que faziam grandes vinhos no Dão, Colares, Bairrada, isto para dar alguns exemplos.
O que é um grande tinto?
Antes de tudo, qualquer grande tinto, precisa de grandes uvas.
E este conceito de grandes uvas remete-nos para diversos parâmetros de avaliação (cor, taninos, sabor, casta, sanidades, expressividade do terroir, espessura da película, compostos aromáticos, concentração de açúcar, etc) e para inter-relação entre esses mesmos parâmetros.
Mas avaliação da qualidade da uva, precisa ainda de outra contextualização: Qual a região e casta(s) em causa? Isto porque esperamos de cada região e/ou casta, diferentes características de acidez, doçura, cor, taninos, etc.
Perfil dos vinhos
Depende depois do enólogo/produtor explorar e interpretar o potencial das uvas, para produzir um grande vinho. E a melhor definição de um grande vinho tinto é qual o grau de fiabilidade, em que determinado vinho em questão, transmite as de características do seu terroir de origem.
Explico com exemplos:
- Um grande vinho do Alentejo, feito com Alicante Bouschet, deverá ter um perfil concentrado e com cor muito profunda, ao invés um grande vinho do Dão, feito com Jaen, deverá ser elegante e com cor mais aberta.
- Um bom exemplar da casta Baga na região da Bairrada, exulta um perfil complexo, ligeiramente salino e bastante taninoso, pelo contrário um Rufete da Beira Interior, tem um perfil mais frutado, com taninos suaves e arredondados.
Como escolher um Vinho Tinto?
A escolha tem de partir de si, pois o mais importante é conhecermos bem as nossas preferências e gostos.
Simplificando, resumo as três características mais impactantes no vinho tinto e que o poderão ajudar no momento de escolher:
- Perfil aromático
- Concentração
- Estrutura
Analisando os taninos, que são compostos fenólicos que estão presentes originalmente na uva e no vinho tinto. Na boca, os taninos dão a sensação de adstringência (secura).
Distinguir o Vinho Tinto
Podemos dividir a componente aromática dos vinhos tintos em dois grupos: Os vinhos com perfil aromático mais complexo, que resultam de estágios mais prolongados e os vinhos com pouco ou nenhum estágio, estes são normalmente vinhos mais novos e em que o perfil aromático é mais centrado na fruta.
Temos depois vinhos com muita concentração e outros por oposição com corpo mais elegante. Podemos esperar vinhos mais elegantes em zonas mais frias e/ou Atlânticas, tais como o Dão e Lisboa. Pelo contrário, esperamos do Alentejo e Douro vinhos mais concentrados.
Quanto à estrutura (taninos), existe uma correlação grande com a casta e tipo de vinificação. Esperamos de um vinho de Touriga Nacional, Baga ou Tinta Roriz sempre mais estrutura, do que um vinho feito com Trincadeira, Bastardo ou Touriga Franca.
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