TERROIR – AFINAL O QUE É?
Por: Jorge Rosa Santos
O Terroir é definido como a soma de todos os elementos naturais, que moldam as características de um vinho: o clima, solo e a topografia. Mas não é só isso, a própria intervenção humana, a cultura, a história, métodos e tradições, são também parte fundamental do terroir.
É uma palavra de origem francesa, amplamente usada em todo o mundo e que define as condições naturais e práticas culturais, em que determinado vinho é produzido. Quando estes elementos se combinam de forma única, podem dar origem a vinhos verdadeiramente singulares e cheios de identidade.
A importância do solo
Solos com diferentes propriedades (rocha-mãe, estrutura, drenagem, porosidade, fertilidade, etc..), dão origem a vinhos distintos:
- Tomamos como exemplo os solos graníticos da Serra da Estrela, que dão origem a vinhos elegantes, minerais e vibrantes.
- Os solos calcários de Bucelas, que dão origem a vinhos mais salinos, com aromas por vezes a conchas de ostra e a giz.
- Os solos xistosos, como os de Estremoz, que impõem ao vinho um perfil terroso, mais tânico e musculado.
O fator clima
A cultura da vinha, para a produção de vinho, não é possível em áreas muito áridas, muito frias ou em zonas tropicais. É apenas entre as latitudes 30º - 50º, a Sul e Norte do Equador, que se encontram as condições mais favoráveis. Completamos com alguns exemplos, demonstrando a influência do clima no perfil do vinho:
- Climas secos e quentes como no Alentejo, produzem vinhos mais concentrados e alcoólicos.
- Enquanto climas mais frescos como o Dão, conseguem entregar mais elegância e acidez natural.
Topografia
A topografia é também modeladora do perfil dos vinhos. Falamos sobretudo da Altitude e da Exposição Solar.
Vinhas em altitude, estão sujeitas a temperaturas mais baixas e como tal produzem uvas mais ácidas.
- É por isso que em Távora-Varosa, sobretudo a mais de 700m, os vinhos são mais vibrantes e frescos.
Quando nos referimos à exposição solar, falamos das horas de sol que a vinha recebe.
- Encostas viradas a Norte e muito ensombradas no Douro, dão sempre origem a vinhos com menos cor, mais ligeiros/elegantes e menos concentrados, enquanto nas encostas viradas a Sul, os vinhos são sempre mais cheios, intensos de cor e madurões.
PRÁTICAS CULTURAIS
Vinha
Seja no maneio do solo, no granjeio da vinha ou na escolha das castas, cada viticultor numa determinada região tem a sua forma de trabalhar, resultado da experiência acumulada e do conhecimento passado de geração em geração.
É com estas diferenças, que o vinho pode “ganhar” gostos e sabores diferentes. Vinhas e práticas únicas, encontramos em Colares, no Pico (currais), nos Vinhos Verdes (vinhas d’enforcado) e no Douro (patamares).
PRÁTICAS E MÉTODOS
Adega
Referimo-nos às técnicas utilizadas pelos produtores/enólogos em determinada adega ou região, sobretudo durante a fermentação e estágio.
Qualquer pequena diferença, pode ser determinante para o perfil do vinho. Exemplos:
- No Douro, os lagares de granito permitem melhor extracção de cor e taninos
- As talhas no Alentejo, emprestam ao vinho um gosto terroso e aromas resinosos
- O estágio do vinho da madeira em cascos, nos pisos superiores dos armazéns e por essa razão mais quentes, permite um envelhecimento mais rápido, e que o vinho desenvolva características únicas.
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