10 Perguntas sobre a Proteção Solar
Uma dermatologista explica-lhe porque deve ter cuidado com a exposição solar excessiva na praia, na cidade e no campo.
Todo o cuidado é pouco quando se trata de proteção solar. A dermatologista Filipa Duarte, da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo explica-lhe porquê...
1. A exposição solar pode provocar cancro de pele?
Os raios ultravioleta (RUV) estão identificados como a principal causa evitável de cancro da pele e a sua principal origem é a exposição solar. O mais temido, o melanoma, é entre todos os tipos de cancro malignos o mais frequente em adultos jovens.
2. As pelas mais claras correm mais riscos?
Indivíduos de pele clara, cabelo ruivo e olhos claros têm mais risco de desenvolver cancro de pele. No entanto, existem muitos outros fatores de risco, como sinais ou antecedentes pessoais ou familiares.
3. O que distingue os raios UVB e os UVA?
Os raios UVA representam 95% da radiação ultravioleta que atinge a superfície terrestre e têm sido mais associados ao envelhecimento e ao melanoma (o pior cancro de pele). Os UVB conseguem penetrar mais profundamente na pele e são os responsáveis pela queimadura solar e por outros tipos de cancro de pele.
4. Quais são mais perigosos?
Na verdade, devemos preocupar-nos com ambos e procurar produtos com Fator de Proteção Solar (FPS) igual ou superior a 30 (que nos protege dos UVB) e com proteção UVA.
5. Há diferenças grandes entre proteção 50 e 30?
Mais importante do que um número absoluto é o protetor ser adequado ao tipo de pele e reaplicado com frequência. A verdade é que como os índices de proteção são medidos em laboratório em quantidades que ninguém usa, os dermatologistas nunca recomendam protetores com índice inferior a 30, que após a aplicação podem corresponder a 20 ou 15. E alertam para que, quanto mais fluido e fácil de aplicar é o produto, menor quantidade de princípio ativo aplicamos, e por isso devemos renová-lo com mais frequência.
6. Existem protetores à prova de água ou apenas resistentes à água?
Não deve confundir “resistente à água”, que, segundo as marcas, pode manter a ação mesmo depois de dois banhos de 15 minutos cada, com “à prova de água” que resiste a quatro mergulhos. No entanto, deve reaplicá-los após cada banho.
7. Ficar debaixo do toldo também queima?
Mesmo nos locais com sombra é necessário renovar o protetor a cada hora e meia, usar óculos de sol e chapéu. As radiações solares que nos atingem também provêm da exposição solar refletida na areia e na água.
8. Vale a pena aplicar protetor 30 minutos antes de chegar à praia?
Os protetores químicos (a maioria), que necessitam do contacto com a pele para serem ativos, demoram cerca de 30 minutos a serem eficazes. Mas no caso de protetores físicos, o efeito é imediato. No entanto, estes últimos são mais difíceis de espalhar (tipo pomada) e por isso são usados apenas em situações de alergias ou sensibilidade e em crianças mais pequenas.
9. Justifica-se usar protetor nos dias em que o Sol está encoberto?
Quando o tempo está nublado a radiação ultravioleta tem a mesma intensidade, pois as nuvens filtram apenas a radiação infra-vermelha, diminuindo a nossa sensação de calor. Nesses dias é fundamental manter todos os cuidados de proteção.
O índice UV pode ser consultado no site do Instituto Português do Mar e da Atmosfera e é muito mais importante do que a temperatura para aferirmos os riscos de dano solar diariamente.
10. Os cabelos também precisam de proteção?
Com a exposição ao Sol, água salgada, vento e cloro, o cabelo seca. A sua proteção é importante para proteger a haste capilar e mantê-la hidratada.