Conheça os principais cuidados a ter na alimentação ao seu bebé, desde o respeito pelas etapas de introdução dos alimentos, a outros fatores essenciais.
Por Lillian Barros
Chegou uma nova criança ao agregado familiar e queremos oferecer-lhe tudo o que melhor temos. Passando pelo carinho, colo e muito mimo, mas também pela alimentação e pela sua segurança. Seja primeiro ou terceiro ou quinto filho é sempre uma nova família que nasce a cada momento. Sem dúvida alguma que o primeiro ano de vida do bebé, particularmente o primeiro semestre, é caracterizado por uma elevada velocidade de crescimento e de desenvolvimento. De tal forma intenso que é efetivamente a maior que ocorre em toda a vida do ser humano.
Paralelamente a esta elevada velocidade de crescimento, é também nesta importante fase da vida que ocorrem as grandes transformações neuromotoras e cognitivas, como o segurar a cabeça e adquirir a posição sentada. A partir deste momento, a par de uma grande evolução cognitiva, o lactente começará a descobrir não apenas os novos alimentos que lhe são progressivamente oferecidos (aprende a pegar e a levar à boca, depois a moer e finalmente a mastigar) mas também o ambiente que o rodeia.
Respeitar as etapas de introdução alimentar
Alguns pontos importantes a reter na hora de dar de comer ao bebé são:
Nunca introduzir alimentos sólidos antes das 17 semanas (ou seja, 4 meses), pois existe uma imaturidade do sistema gastrointestinal do bebé.
Apenas a partir dos 4 meses o lactente consegue maior estabilidade do maxilar e pescoço, altura em que se verifica uma modificação no padrão inicial de sucção e como tal é capaz da referida introdução.
O momento ideal para introduzir os alimentos será sempre ditado pelo lactente, mas é importante que não se ultrapassem os períodos críticos de introdução de alimentos sólidos, pois uma introdução tardia aumenta o risco de dificuldades na alimentação e ainda potencia riscos nutricionais e de alergia alimentar.
Independentemente do método utilizado pelos pais é importante que os alimentos tenham textura, tamanho, forma e consistência adequada para cada fase do desenvolvimento da criança. Ou seja, é fundamental que sejam adaptadas progressivamente, respeitando sempre a idade e autonomia bebé, assim como deve ser incentivado estímulo à autoalimentação.
Para quem segue o método tradicional, a partir dos 8 aos 10 meses (mais tardar) deve existir a transição de purés para alimentos grumosos e que, gradualmente e conforme a aceitação da criança, se transite para finger foods até a criança se sentir autónoma para se alimentar.
Durante a alimentação complementar devem ser oferecidos uma ampla variedade de alimentos, com intervalos de inclusão entre si. Pretende-se assim que o lactente experiencie o máximo possível alimentos, texturas, aromas e sabores novos. Aspetos fundamentais para que, no futuro, haja uma melhor aceitação dos alimentos.
A introdução dos alimentos sólidos está relacionada com diversos fatores: sociais, culturais, familiares, particularidades do lactente e éticos. Deste modo, é essencial que esta fase seja flexível e atente a estas variáveis:
A fase da diversificação alimentar é uma etapa muito importante e com carácter emocional e de estruturação de comportamentos para a vida, uma vez que este período permite que se estabeleçam hábitos alimentares saudáveis que se esperam que se mantenham no futuro.
Os pais/cuidadores devem transmitir segurança no processo escolhido para a introdução dos alimentos. Por vezes a insegurança dos pais pode afetar o processo.
O reflexo de gag e o engasgo
É essencial que os pais percebam a diferença entre reflexo de gag e engasgo para que saibam como proceder em cada uma das diferentes situações:
Reflexo de gag
Consiste num reflexo, normal no processo de desmame. É a forma natural do corpo se proteger da asfixia. Pode ser desencadeado por alimentos mas também por colheres ou dedos que toquem na parte de trás da boca, originando a contração da garganta que se fecha automaticamente e empurrando a língua para a frente da boca, de forma a expelir o alimento ou objeto.
Quando acontece, o bebé pode tossir, fazer ruídos semelhantes ao vómito, ficar vermelho e cuspir os alimentos, podendo chegar a vomitar. Embora possa parecer assustador para alguns pais, quando sucede, é importante deixar que o bebé resolva a situação.
Engasgo
Consiste num sinal de que as vias respiratórias estão bloqueadas. Por exemplo, um pedaço de comida pode bloquear parcial ou totalmente a traqueia e o reflexo de gag não existir ou ser suficiente.
O bebé começa a asfixiar, precisando de assistência imediata. Ficará azul ou arroxeado, terá dificuldade em respirar e tossir e não consegue chorar ou falar.
Nesses casos, é importante saber a manobra de Heimlich e entrar imediatamente em contacto com o 112. O ideal é procurar toda a informação, relacionada com ambas as situações, junto do seu pediatra.
Outros cuidados
Os alimentos alergénicos (como amendoim, ou outros frutos de casca rija, as sementes oleaginosas, o ovo, a soja, o peixe e o marisco) podem ser introduzidos na alimentação do lactente, em quantidades muito pequenas e um de cada vez, após o início da diversificação alimentar. É recomendado que haja uma observação cuidadosa por parte do cuidador para serem detetados sintomas relativos a reações alérgicas.
Lactentes com risco familiar atópico (um ou os dois pais com alergia) não têm motivo para retardar a introdução de alimentos alergénicos, devendo sim realizá-la com supervisão médica.
O sal, o açúcar e o mel não devem ser consumidos durante o 1º ano de vida, assim como todos os alimentos que os contenham adicionados, como por exemplo, bebidas açucaradas, bolos e bolachas.
O leite de vaca nunca deve ser introduzido no 1º ano de vida.
Complementarmente ao leite materno, a bebida de eleição deve ser a água, devendo evitar-se quaisquer tipos de sumos, mesmo que naturais, já que apresentam elevada osmolaridade, elevada acidez, efeito laxante e cariogénico. São ainda uma forma de deseducação do paladar, incentivando o consumo de alimentos doces, e pode levar à rejeição da água.
Deve evitar-se as distrações da criança durante a refeição, como levar brinquedos para a mesa, ter a televisão ligada, recorrer a telemóveis ou tablets, desenhos animados ou outras. Deve ser um momento alegre, calmo e familiar, mas sem recurso a distrações.
É fundamental que a criança esteja atenta ao momento da refeição, de modo a reconhecer os sinais de forme e saciedade. E deixar a criança entender quando está saciada. Vai haver alturas em que não termina a refeição e outras que repete. E está tudo bem com isso, desde que nas consultas de avaliação periódicas ser verifique um crescimento coerente e saudável.
As refeições devem ser realizadas em ambiente calmo, sem pressões, guerras ou castigos.
Não deixar a criança alimentar-se sem supervisão adulta independentemente do método de introdução alimentar escolhido.
Não utilizar os alimentos como forma de recompensa ou punição.
A partir dos 12 meses, quando iniciar a alimentação familiar, é indicado que esta seja uma alimentação saudável, equilibrada e variada e que prima pelo recurso a alimentos frescos, locais e sazonais.
A adição de sal deve ser minimizada e o açúcar evitado até aos 2 anos de vida, sendo o seu consumo reservado para momentos de festa após essa idade.
É fundamental que, desde cedo, se incutamconceitos relacionados com a culinária regional, confecionada de forma saudável, para se compartilharem tradições gastronómicas familiares e locais.
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