De norte a sul do País, a mesa de Natal é farta
e não se esgota nos pitéus mais mediáticos da quadra.
O bacalhau cozido, acompanhado das batatas e da couve-portuguesa, regado com bom azeite, continua a ser a combinação preferida dos portugueses na noite de Natal. Mas à mesa da consoada vão também outros sabores. Do prato principal às sobremesas, a tradição é rica em opções para os mais variados paladares.
Em muitas zonas do País, o bacalhau não está sozinho na mesa da consoada. O polvo também é rei e pode ser degustado de várias formas: à lagareiro, guisado ou até mesmo em filetes, sobretudo nas regiões de Trás-os-Montes e Minho.
O litão é um peixe, da família do tubarão, que começou por ser levado à mesa da consoada pelos mais pobres, sem dinheiro para comprar o bacalhau. O costume perdurou na zona de Olhão, onde este peixe continua a ser consumido. Salgado e seco, como manda a tradição.
Em Paços de Ferreira, com destaque para Freamunde, o capão é a estrela da consoada. Galo típico da região, é criado ao ar livre e alimentado com milho. É capado aos três meses para ganhar vitalidade e ter uma carne mais suculenta. Quando temperado e recheado, seguem-se preceitos tradicionais e uma receita antiga, que continua a ser apreciada.
Na Madeira, brilham as espetadas típicas da ilha, o bolo de família e o bolo de mel. Nos Açores, a galinha é a protagonista, em canja (com arroz), assada ou guisada. À sobremesa, os açorianos deliciam-se com bolo de Natal, de noz ou laranja, com queijadas e com pastéis de arroz – estes últimos são especialmente degustados na Graciosa. Tudo isto regado com licores caseiros ou aguardente de canela.
Rabanadas – ou fatias douradas, na Estremadura –, bolo-rei, frutos secos, sonhos, filhós e azevias de grão ou de batata-doce (as chamadas empanadilhas no Algarve) estão entre os doces tradicionais mais apreciados na quadra natalícia. Um pouco por todo o País, misturam-se com dezenas de outros sabores de abrangência mais regional.
Há sempre espaço para (mais) uma bolacha.
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